Há o branding. E há o gifting. Se a um cabe definir o código e a essência de uma marca, ao outro cabe fazer circular esta essência, definindo seus protocolos de troca; sua política, seus rituais.
Rituais sempre fizeram parte da história da humanidade.
Aceitando a existência de um entorno adverso, nossos ancestrais passaram a celebrá-lo, criando cerimônias de significação para as estações do ano, as temporadas de caça, as sazonalidades do cultivo. São manifestos que deixam transparecer papéis e funções sociais claros para que a comunidade sobreviva, qual organismo, a estas permanentes e esperadas mudanças sob as quais não se tem controle.
“As cerimônias tribais do nascimento, iniciação, casamento, instalação… servem para traduzir as crises e ações da vida do indivíduo em formas clássicas e impessoais reapresentando, diante dos demais membros da comunidade, a velha lição dos estágios arquetípicos”, destaca Joseph Campbell em sua obra “O herói de mil faces”. Interessante observar que todos participam do cerimonial de acordo com sua posição e função, e ainda cumprem determinadas obrigações sociais que dão continuidade à “existência-festival no plano da existência cotidiana normal”.
Precisamos destes rituais sociais para definir quem somos, o que fazemos, qual a nossa missão. E com as marcas não é diferente.
O monoteísmo da fé recicla sua história e ressuscita um novo politeísmo, o das marcas — os “pequenos deuses falantes”, como pontua o sociólogo francês Michel Maffesolli. O consumar da vida, com as suas temporalidades, se organiza em consumo. As oferendas se transformam em ofertas, acessíveis ao sacrifício de todos. E as dádivas são os gifts, uma retribuição das marcas aos seus fiéis consumidores.
Participar da comunidade das marcas é pertencer a um momento histórico em que ideias e ideais nacionais estão em sobreposição com os interesses das multinacionais. Que produzem insumos em série para abastecer a indústria do consumo e manter seus novos ritos e mitos vivos em um universo paralelo de representações, a mídia. Sem a mídia não haveria marcas, estes territórios simbólicos de pertencimento contemporâneo.
Pois estas só vivem de aparecer. Precisam permanentemente criar ciclos de vida de produtos, mostrar seus lançamentos, aparecer em eventos, contar as suas histórias, apresentar seus protocolos de consumo. Sua etiqueta social. Sua ética comportamental.
Precisamos disso para nos localizar neste sensorium, e para identificar quem é a nossa tribo. Dos descolados, dos deslocados, dos geeks, dos hippies, dos nerds, dos yuppies, das famílias mosaico, da melhor idade, da tenra infância, os tweens… Adquirimos não apenas marcas, mas os rituais de pertencimento que delas derivam.
Se ao branding cabe uma definição precisa do paradigma de uma marca, ao gifting cabe definir o território dos mitos que nos fascinam ao nos predispor física e mentalmente a esta marca.
O branding está no DNA de um produto e seus derivados; o gifting está nas sensações que daí derivam — o repertório de suas divindades.
Gifting é muito mais que um gift. É um relacionamento de trocas tecido nos entremeios da explicitez do marketing e ao redor da polidez do branding, com fios de seda invisíveis que tecem vínculos entre pessoas e marcas. Não necessariamente lógicas e tampouco objetivas. Porém articuladas, planejadas, estruturadas para viabilizar sensações únicas que potencializem a onipresença destas marcas de forma onisciente na mente, nos atos e nas atitudes sociais daqueles com quem convivem.
É isso que faz com que marcas tenham auras distintas umas das outras; com que as experiências no ponto-de-venda sejam diferentes para produtos similares; com que o storytelling de uma corporação seja completamente diferenciado do de outra, que vende exatamente a mesma coisa. Na TV, no rádio, no happening, noflashmob, nas mídias sociais, no comportamento dos funcionários, nos hábitos de consumo, nas atitudes da mais alta gestão, no cloudsourcing da opinião pública…
O que seria dos deuses se não fossem os ritos de devoção? Chamem de fetiche, simpatia, encantamento… Eu chamo de gifting, a ciência que planeja, estabelece, organiza, documenta e faz circular os rituais do branding — com todo o poder que a política corporativa tem. Para conhecer mais:http://www2.espm.br/cursos/estrategias-de-gifting-para-geracao-de-negocios
A Supermercado Moderno começou a ter crise de identidade. Solicitamos trabalho de reposicionamento de marca, e a Umbigo fez um estudo profundo com as comunidades que nós servimos e formamos. Excelente, e o resultado foi uma transformação, um reposicionamento superimportante que culminou na troca da marca para SA Varejo, que tem um posicionamento muito diferente hoje, muito claro. O trabalho da Umbigo foi fundamental.
Sérgio Alvim,
CEO Grupo Cinva
Fiquei feliz por ter recapitulado o ano de 2009, primeira vez que tive contato com a Umbigo do Mundo. Na época eu trabalhava com promoção, patrocínio e publicidade no segmento Estilo do Banco do Brasil e precisávamos posicionar a marca como alta renda. A Umbigo foi fundamental para as ativações que fizemos com este público em projetos como SPFW, lançamento do cartão Ourocard bandeira AMEX, dentre outras ações. Inclusive com o público varejo, quando fui para o Centro Cultural Banco do Brasil e tínhamos que falar de cultura, arte, cinema, música com um público mais amplo. A Umbigo sempre esteve do nosso lado: trazendo soluções inovadoras, contemporâneas e com narrativas que não só entregavam a própria ação como davam um sentido para as pessoas participarem. Tanto com o gifting como com as jornadas. Vou dizer algo: a Umbigo do Mundo já falava disso muito antes de se falar em transformação digital e experiência do cliente ou do usuário. Sempre se preocupou com isso, que fez todo o encantamento de todas as ações que fizemos juntos.
Tadeu Figueiró,
Superintendência comercial e marketing da BB SEGUROS
Somos uma empresa do ramo do agronegócio situada no Campo Novo do Parecis, no Estado do Mato Grosso. Trabalhar com a Umbigo do Mundo abriu a nossa mente para novos horizontes. Nós saímos fora da caixa e expandimos as perspectivas em relação ao mercado e ao mundo em que estamos inseridos. Percebemos que o negócio tem o seu brilho, seu ponto positivo. Só falta que esta pedra preciosa seja polida para que isso fique em evidência e para que a gente possa encantar as pessoas que nos rodeiam. A metodologia de Dádivas de Marca ajuda a empresa no autoconhecimento e faz com que possamos nos enxergar pelos olhos de nossos stakeholders e, a partir daí, possamos traçar nossas estratégias. Isso é importante pois às vezes os outros enxergam detalhes que não vemos. Isso nos ajuda a melhorar como um todo o nosso negócio. Não é fácil; exige análise bastante profunda e nesse momento você não fala de coisas tangíveis, materiais, números. Fala de cultura, percepção, sentimento… não que valores financeiros não façam parte da estratégia, mas as percepções coletadas com Dádivas de Marca transcendem tudo isso. No fundo é algo que sempre este ali em nosso negócio, mas que a partir de agora passamos a visualizar de outra forma. A partir do momento que todo este trabalho veio para uma só unidade e criamos a nossa Dádiva de Marca, melhoramos nosso envolvimento com nossa equipe, fortalecemos as nossas dádivas, que é exatamente o que vai nos diferenciar no mercado.
Dulce Chiamulera Ciochetta,
sócia-proprietária do Grupo Morena